Amarante Piauí

Amarante Piauí

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Igreja de São Gonçalo de Amarante iniciou o Tríduo Festivo do Sagrado Coração de Jesus




Ontem deu-se início ao Tríduo Festivo do Sagrado Coração de Jesus, com uma missa solene na Igreja Matrix de São Gonçalo de Amarante.
Todos estão convidados a fazerem parte da programação de todo o momento festivo, com início ontem e vai até o dia 27 de junho.
PROGRAMAÇÃO ABAIXO;





terça-feira, 24 de junho de 2014

Clóvis Moura, um pouco de sua história




Clóvis Steiger de Assis Moura nasceu em 1925, em Amarante, no Piauí. Ingressou no PCB nos anos 1940, trabalhando como jornalista na Bahia e São Paulo. Foi um dos raros intelectuais que acompanhou o PC do B na ruptura de 1962. Nos anos 1970, destacou-se pela militância junto ao movimento negro brasileiro. Clóvis Moura produziu importante obra sociológica, histórica e poética. Em 2003, publicou-se trabalho coletiva sobre o autor: ALMEIDA, L.S. de [Org.] O negro no Brasil: estudos em homenagem a Clóvis Moura. [www.edufal.br]. 

Nos últimos anos, comunista sem partido, colaborou com o MST, produzindo ensaios para a Editora Expressão Popular. Faleceu, em fins de dezembro, no Hospital Alberto Einstein, em São Paulo, aos 78 anos. Em 2003, passara longos meses internado devido a câncer na garganta. 

Intelectual marxista conseqüente, apaixonado pela vida, a sua e a dos outros, destacou-se pela retidão, perseverança e bom humor desbocado. Deixa saudades entre os que o conheceram pessoalmente ou através de sua obra.” Mário Maestri, historiador. www.consciencia.net/2004/mes/01/maestri-clovismoura.html

“Clóvis Moura é um cientista social brilhante e disciplinado que sempre correu por fora da academia – solto, livre, nas franjas da interdisciplinaridade –, ainda que a academia brasileira tenha constantemente solicitado a sua presença em eventos, conferências, seminários e, especialmente, em exames de teses na qualidade de professor "notório saber", título que há anos lhe foi outorgado pela Universidade de São Paulo. 

E, assim, trabalhando nessa nesga não-institucional, onde as costumeiras dificuldades de pesquisador aumentam, consideravelmente, Clóvis Moura foi construindo, ele com ele, nos recantos de sua rica biblioteca, vasta e notável obra – histórica e sociológica – sobre a saga heróica do negro-escravo e do negro-quase-cidadão na sociedade nacional. Todos os estudiosos da questão racial brasileira estão familiarizados com seus livros, cujos títulos constam obrigatoriamente das bibliografias dos estudos que vão surgindo, por se constituírem em referências indispensáveis às reflexões científicas sobre essa temática a um só tempo tão apaixonada e tão apaixonante”. João Baptista Borges Pereira –in Prefácio ao Dicionário da escravidão negra no Brasil-Edusp citado em O último legado de Clóvis Moura - Estud. av. vol.18 no.50 São Paulo Jan / Apr. 2004

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Alberto da Costa e Silva vence Prêmio Camões



LISBOA — O poeta, diplomata e historiador brasileiro Alberto da Costa e Silva recebeu, hoje, o Prêmio Camões, o mais importante destinado a um autor de língua portuguesa pelo conjunto da sua obra. O anúncio foi feito esta sexta-feira, em Lisboa, pelo júri, composto por Rita Marnoto, professora universitária, José Carlos Vasconcelos, jornalista, e os escritores Affonso Romano de Sant'Anna, Antônio Carlos Secchin, José Eduardo Agualusa e Mia Couto, vencedor em 2013.

— Foi um prêmio inesperado, não estava em minhas cogitações — disse o autor, que fez questão de destacar sua “constância e presença” em Portugal e na África. — É um prêmio que engrandece a história de um escritor. Já foi atribuído para os nomes mais expressivos da língua portuguesa. A notícia me deu grande alegria, embora eu ainda não esteja totalmente convencido de que sou merecedor.

Formado pelo Instituto Rio Branco em 1957 e membro da Academia Brasileira de Letras, Alberto da Costa e Silva serviu como diplomata em Lisboa, Caracas, Washington, Madrid e Roma, antes de ser embaixador na África. Participou de missões em Angola, Etiópia, Costa do Marfim, Camarões, Togo, Gabão, Guiné, Senegal, Libéria, entre outros países. Aproveitando sua longa passagem pela África, tornou-se um dos principais especialistas na cultura e na história do continente, com obras como “A enxada e a lança: a África antes dos portugueses” (1992) e “A manilha e o libambo: a África e a escravidão” (2002). Seu último livro, “Imagens da África” (2013), reúne fragmentos de textos de viajantes estrangeiros que passaram pela região, da Antiguidade ao século XIX
O escritor moçambicano Mia Couto, um dos membros do júri, lembrou a “arte e elegância” com que o historiador e poeta desmembrou a memória da África. Já o angolano José Eduardo Agualusa, também do júri, afirmou que a atribuição à Costa e Silva “também para a África”.

— Não creio que prêmios sejam para países ou continentes, mas sim para a ação e a reflexão de um escritor — avalia Costa e Silva, nascido em 1931. — Porém, fico muito feliz que me considerem um autor de interesse africano e emotivamente africano.
Para o escritor Antônio Carlos Secchin, ninguém melhor do que Alberto da Costa e Silva estuda e divulga, em alto nível, a confluência cultural e histórica dos povos de língua portuguesa. 


— A isso se alia uma refinada expressão estilística em todos os gêneros em que se expressa: o poético, o memorialístico, o ensaístico — avalia. — Sinto-me feliz e honrado por ter feito parte do júri que lhe concedeu por unanimidade o prêmio, com toda justiça.
Com a atribuição, o Brasil se torna o país com mais vencedores do Camões. Já são 11 premiados, incluindo nomes como Dalton Trevisan, Ferreira Gullar, Autran Dourado, João Cabral de Melo Neto e João Ubaldo Ribeiro.

Publicado por: Mauricio Bezerra
Fonte: oglobo.globo.com

quarta-feira, 11 de junho de 2014

DESTACÁVEL AMARANTINO


Melquíades Barroso de Carvalho Filho, amarantino nato, mais conhecido em nosso meio por Kidim, dotado de inteligência, desenvoltura e criatividade. Trata-se ainda de uma “figuraça” que demonstra muito amor por Amarante. Portador de bons costumes, solidariedade, generosidade e de uma expressiva intelectualidade que chama a atenção de quem o conhece. Dotado de dom musical, começou sua carreira artística muito jovem em nossa cidade esbanjando habilidade instrumental tocando guitarra na banda Os Impossíveis (extinta) e harmônico na Igreja Matriz de São Gonçalo de Amarante. Há longos anos, fixou residência em Teresina (PI) para continuidade de seu estudo escolar e musical. Portador ainda de significativos cursos, entre eles, Filosofia e Educação Artística. Tornou-se professor gabaritado na Capital piauiense (aposentado recentemente). Ministrou relevantes aulas na Universidade Federal do Piauí (UFPI), na qual foi funcionário por um bom período, e na Escola Agrícola do Piauí (Teresina). Secretário Municipal de Cultura – Amarante (governo de Diogo Teixeira). São inúmeras as virtudes do destacável Kidim. Bom vocabulário; um amante da leitura e da música; sempre bem informados dos grandes acontecimentos do mundo. Possui na sua residência um acervo de livros, revistas, jornais e discos de vários estilos musicais do Brasil e de diversos países.
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TEXTO: Luís Alberto Soares (Bebeto)

terça-feira, 10 de junho de 2014

AMARANTE - ORIGEM E EVOLUÇÃO

          Amarante tem sua origem num aldeamento indígena. Gonçalo Lourenço Botelho de Castro, 2º Governador da Província do Piauí, em 1771, aldeou os índios Acaroás e Guegueses perto da nascente do riacho Mulato, no mesmo lugar onde hoje é a cidade de Regeneração, dando a essa missão o nome de São Gonçalo de Amarante, em homenagem ao santo de seu nome.
A história de Amarante está ligada ao então propósito do Governador da Província, utilizando mercenários em busca de ouro e consequentemente acumulando riquezas, aldeavam e na maioria das vezes trucidavam índios que viviam às margens do Rio Mulato na antiga Vila de São Gonçalo (hoje Regeneração). Devido à navegação do Rio Parnaíba e o consequente avanço comercial que já se fazia notório, em 16 de julho de 1861, em conformidade com a lei nº. 506 de 10 de agosto de 1860, a sede foi transferida para o Porto de São Gonçalo de Amarante, ficando a atual Regeneração reduzida a uma simples povoação denominada de São Gonçalo Velho.
Em 1861, a sede da Paróquia e Vila de São Gonçalo de Amarante, foi transferida para o Porto, hoje cidade de Amarante. O templo foi fundado em 1874. Festeja-se o Padroeiro anualmente. Muitas alterações foram introduzidas na parte religiosa e social. O período da festa foi em diversas épocas do ano, mas a partir de 1915, foi fixado de 23 de dezembro a 1º de janeiro para não coincidir com o festejo da vizinha cidade de Regeneração, que tem o mesmo Padroeiro e faz a sua festa de 01 a 10 de janeiro. Houve tempo em que o vigário das duas localidades era o mesmo e assim, ele distribuiu o calendário das festas nas duas cidades.
Amarante foi até 1930, um grande centro comercial. As transações eram feitas com grandes cidades brasileiras, e até com outros países, como Inglaterra, França, etc. A demonstração da presença da Inglaterra em nossa cidade está explicada em muitas coisas, como a Casa de Azulejos que veio através do comércio britânico, realizado através dos vapores – via Parnaíba.
            A cidade de Amarante tem em sua história, uma identificação bem próxima ao seu “homônimo” lusitano. As primeiras casas que foram construídas por pessoas de Portugal, a exemplo da primeira, por João Ribeiro Gonçalves, perto do Rio Parnaíba, um armazém, que chamava Armazém do Povo. Outra característica bem visível é o conjunto arquitetônico e as manifestações culturais folclóricas, como é o caso das “Doze Danças Portuguesas”, que retratam movimentos rítmicos das cantigas coloniais portuguesas.
Através da resolução provincial nº. 734, de 04 de agosto de 1871, Amarante foi elevada à categoria de cidade. O seu progresso foi muito rápido, tornando-se em poucos anos o Centro Comercial de maior importância do Estado do Piauí, sendo inclusive cogitada a ser a nossa Capital. No final do 1º quartel do século XX, AMARANTE já se apresentava em declínio devido ao crescimento acentuado de Floriano e ao início da utilização dos transportes rodoviários.
Amarante no passado, além de organizada economicamente e fazer intercâmbio com outros países, cultivava a literatura e as artes, tendo nessa parte, vivido momentos de
 glória. Os primeiros jornais impressos, clubes, peças teatrais, bandas de músicas ressoavam em todo o Piauí e Estados vizinhos, levando bem alto o nome Amarante.
Amarante nos dias atuais, ainda conserva a sua beleza no casario, em suas ruas estreitas em suas tradições populares. Apesar de pouca importância que é dada para esse setor, a cultura popular ainda é o nosso maior tesouro, responsável pela presença de nossa terra entre cidades mais importantes do Piauí, com as nossas apresentações folclóricas.
Amarante é conhecida e respeitada como sendo terra de onde já surgiram governadores, vices-governadores, deputados estaduais, federais e senadores. Muitos de seus filhos, pertencentes à Academia de Letras do Piauí e de outros estados, como: Maranhão, Amazonas, Ceará, etc. Amarante também é conhecida a Capital da Cultura do Estado do Piauí e como “Atenas Piauiense”, no dizer do imortal professor amarantino “Cunha e Silva”.
        Amarante às vezes é chamada por este Brasil afora como “Terra do Papagaio”. Por quê? A historiadora Maria Santana Vilarinho Santos, um dos membros de nossa cultura, tem uma versão do motivo desse chamamento. “Há muito tempo... Numa grande enchente dos rios Parnaíba e Canindé, desciam enormes blocos de terra, contendo árvores, animais e outros. Num desses blocos vinha um papagaio. Ao chegar na cidade de Amarante, a ave perguntou - onde estou? Responderam – em Amarante. Ele deu uma risada e disse: prefiro a morte. Aqui, é terra de poetas, escritores, governadores, não há lugar para papagaio... Ah! Ah! Ah!”.
Amarante fica na Zona Fisiográfica do Médio Parnaíba, Microrregião 4 e ocupa uma área de 1.150 Km2, limitando-se ao NORTE com Palmeirais – ao LESTE, Angical do Piauí e Regeneração – ao SUL, Francisco Ayres e Floriano e a OESTE com São Francisco do Maranhão. O município de Amarante foi formado com território desmembrado de Jerumenha e de Valença. Desmembrou terras para a formação de outros municípios, como: Angical do Piauí, Francisco Ayres e Arraial. Atualmente o município de Amarante é constituído por sete Datas: Boa Esperança, Muquilas, Araras, Sítio do Meio, Saco dos Melo e Conceição. A cidade de Amarante está encravada na Data de Boa Esperança. Assentamentos do INCRA: Flor de Maio, Santa Helena, Araras, Ararinha, Mimbó, Salobro, Nova Conceição e Ponta da Várzea (Sical). Do Crédito Fundiário: Vila Feliz, Chapada dos Marcos, Chapada do Filomeno e Chapada do Bacuri. População do município: 17.316 (CENSO/2010). Amarante ocupa a trigésima primeira posição dos municípios mais populosos do Piauí.
           Via pública - A primeira rua da cidade de Amarante chamava-se Rua Grande, devido sua ampla largura, partindo no Morro do Pontal à margem do rio Parnaíba. Foi o caminho da Vila de São Gonçalo para o Porto. Hoje, nomeada Avenida Desembargador Amaral em homenagem ao primeiro juiz de Direito de Amarante, Desembargador José Mariano Lustosa de Amaral. Havia uma arborização muito frondosa de mamoranas, árvores de origem portuguesa. Nas laterais, iluminação por lampiões a querosene. As árvores são as que o nosso poeta maior, “Da Costa e Silva” se refere no soneto Saudade. Em 1932, um projeto do amarantino, engenheiro, Dr. Manoel Sobral (alto comerciante), a Avenida foi transformada com figueiras e fícus benjamim. Em seguida iluminada por petromax. Em 07/09/1933, a Avenida recebia luz elétrica
da usina Morais & Cia., trazida por Zeca Correia, que implantou outros benefícios no município.

 A navegação fluvial a vapor teve início com a chegada do vapor Uruçuí ao porto da então Vila de São Gonçalo, ocorrida a 10 de junho de 1862. Foi o avanço para o progresso, o comércio desenvolveu-se rapidamente. Em 04 de agosto de 1871, a Vila passou à cidade, com o nome de AMARANTE e seu porto fluvial logo se tornou de importância semelhante ao de Parnaíba, tornando Amarante o empório comercial da região sul do Piauí e Maranhão, estendendo sua influência a Goiás. Tudo ia bem, era o progresso, Amarante chegou a manter transações comerciais internacionais. Esteve em franco progresso até o surgimento de Floriano que lhe arrebatou essa força comercial. A partir daí, começou a decadência de Amarante.
            Historiadores contam nos seus arquivos que na época da transferência da Vila de São Gonçalo para o Porto (cidade de Amarante), surgiu a 1ª professora de nosso município. Logo mais, foram criadas duas escolas públicas estaduais: uma para meninos, dirigida por um professor e outra para meninas, dirigida por uma professora - denominadas: Escola Pública do Sexo Masculino e Escola Pública do Sexo Feminino.
Na segunda metade da década de trinta, do século XX, os hidroaviões da Companhia “Condor” faziam escala semanal em Amarante. Pousavam no rio, frente à cidade, e atracavam ou paravam em local apropriado. Transportavam   passageiros,    encomendas    e    malas    do  Correio.  Traziam  muita  vida  à   cidade   e   promoviam   o   intercâmbio   sócio-cultural.   Era   um   dia  movimentado.  A presença do hidroavião atraia e motivava o comparecimento de muitas pessoas, levadas pela curiosidade.
O primeiro rádio a ser instalado na cidade de Amarante foi o do movimentado Bar do Antônio Costa. Para muitos, era coisa de outro mundo. Vinha gente de todos os lugares de Amarante somente para escutar a grande invenção sonora. O bar ficava superlotado de curiosos, que o diga a senhora Clotildes Ribeiro da Silva, popular Coló, 100 anos de idade, mãe de José Pereira, o conhecido Zé Besouro. Ela presenciou a novidade e diz para a nova geração que teve muita gente que quando escutou o rádio, fazia o sinal da cruz, dizendo que aquilo era uma “pintura do cão”.
Ruas e várias casas de Amarante recebiam iluminação através de lampiões a querosene ou a petromax (estilo Aladim). Em 07 de setembro de 1933, a empresa Morais & Cia, de Parnaíba, instalou em nossa cidade, a energia elétrica movida por máquina a vapor (caldeira à lenha e água), das 06 às 11 horas da noite. Anos depois, a Prefeitura de Amarante foi responsável pelo fornecimento da energia elétrica gerada pelo mesmo processo da Morais & Cia. Em seguida, o fornecimento de energia foi gerado por máquinas a óleo por conta da CERNE, instalada no prédio hoje pertencente ao Iate Clube Amarantino, também das 06 às 11 horas da noite. Havia prorrogação de energia nos acontecimentos especiais. Por último, a CEPISA – respondendo pelo atual abastecimento em todo Estado do Piauí.


 Amarante é uma fonte de riqueza natural. A cidade é de porte médio, mas a sua posição geográfica, entre três rios, circundada nos versos de nosso poeta maior, “Da Costa e Silva”, que a cognominou de “uma ilha alegre e linda”. A coroa do Rio Parnaíba, especialmente aos domingos do mês de julho, há grande aglomeração de banhistas, observadores e comerciantes de vários municípios do Brasil. Tem também o morro de São Benedito, defronte à Rua Antonino Freire, onde há o velho “ESCORREGA”, que muitas gerações de amarantinos ilustres, na sua infância, ali se entretinham brincando. Tem ainda as principais atrações turísticas: o panorama do alto da Escadaria “Da Costa e Silva”, casarões em estilo colonial, o Sítio Floresta, a Casa Odilon Nunes que abriga a Biblioteca e o Museu da Cidade, O Museu do Divino Espírito Santo, a Pousada Velho Monge - onde se descortina a bela paisagem das serras de São Francisco do Maranhão.
O Hino e a Bandeira Municipal de Amarante são de autoria do heraldista e vexilologista, professor Arcinoe Peixoto de Faria, da Enciclopédia Heráldica Municipalista com sede em São Paulo – Capital.  Oficializados pela Lei Municipal nº 411, de 28 de março de 1977.  Administração: Emília da Paixão Costa (Bizinha). O Hino Municipal de Amarante com letra de Monsenhor Isaac José Vilarinho e música do maestro Luís Santos. Oficializado pela Lei Municipal nº 411, 28 de março de 1977.
Os primeiros juízes da Comarca de Amarante: (1861 a 1900): Dr. Higino Cunha, Dr. José Mariano Lustosa de Amaral, Dr. Gastão Ferreira de Gouveia Pimentel Beleza, Dr. José Piauhilino Mendes Magalhães, Dr. Umbelino Moreira de Oliveira Lima, Dr. Sesostris Silvio Mendes de Moraes Sarnamento, Dr. Pedro Emigdio da Silva Rios, Dr. Antonio Martins da Silva Porto, Dr. Jesuino José de Freitas, Dr.Joaquim Ribeiro Gonçalves, João Leopoldino Ferreira, Dr. César do Rego Monteiro, Dr. Ernesto José Batista, Dr. Eduardo Olímpio Ferreira. Os quinze últimos: Dr. Ausônio Neoséculo Carneiro da Câmara, Dr. Archimedes Nogueira Paranaguá, Dr. Rogério de Castro Matos, Dr. Thomaz Gomes Campelo, Dr. Geraldo Magella de Carvalho, Dr. Alair Rocha, Dr. Luís Fortes do Rego, Dr. José Arimathéa Tito Neto, Dr. Raimundo Fortes de Oliveira, Dr. Francisco Isaias de Arêa Almeida, Dr. Henrique Oliveira do Vale, Dr. Herbet Belisário dos Santos, Dr. José Raimundo Belo, Dr. Atenor Barbosa de Almeida Filho, Dr. Fernando Lopes da Silva Filho e Dr. Netanias Batista de Moura, desde outubro de 1997.
Primeiros professores de Amarante: Efigênia Maria de Azevedo, Odilon Nunes, Cunha e Silva, Luiz Moura da Cunha, Amora Cunha e Silva, Ditosa Fonseca, Raquel Costa (Quesinha), Júlia do Monte Lustosa, Júlia Leitão, Zilda Sampaio, Nair Conde, Carolina Freire, Nailde Ribeiro, Joca Vieira, Arysnede Cavalcante Corrêa Lima.


 Os primeiros médicos que clinicaram em Amarante: Manoel Joaquim Rodrigues Macedo (22-02/1862); Júlio César Audreíno - amarantino nato (1883); Bonifácio Ferreira de Carvalho - amarantino nato (1890); Manoel Rodrigues de Carvalho (1891); Antonio Sobral - amarantino nato; Antonio Ribeiro Gonçalves – amarantino nato; Francisco Ayres Cavalcante - amarantino nato (1915); Evanilda Neiva Pacheco (1959); Misael Dourado Guerra (1964).
             Velha economia. Há várias décadas, a economia do município de Amarante era voltada à cana de açúcar plantada com abundância nas margens do riacho Mulato.  A historiadora Maria Santana Vilarinho Santos, recentemente fez um documentário sobre a importância desse precioso produto agrícola. Havia vários engenhos. Dois deles, movidos a vapor e caldeiras alimentadas pelo bagaço da cana moída. Os outros engenhos eram movimentados por bois. Fabricava-se açúcar, rapadura e cachaça. Esses produtos eram exportados para diversos municípios através de animais e balsas que trafegavam no rio Parnaíba. A velha economia de Amarante estendia-se ainda na geração de muita mão-de-obra. A historiadora amarantina menciona no seu belo documentário o Engenho do Sítio Santa Rosa de propriedade de seu saudoso pai, Pedro Gonçalves Vilarinho. Ela relata que era servido um café com paçoca e que os trabalhadores eram divididos em grupos: cortadores de cana e cambiteiros que levavam a cana cortada nas costas de animais. Havia ainda aqueles que exerciam atividades diversas. A lenha era transportada para aquecer as caldeiras por carros de madeira puxados por bois.

    Velhos cabarés. A cidade de Amarante viveu por várias décadas num movimentado clima de prostíbulo, reverenciado em nosso meio como Cabaré e Tabocal. Os ambientes para a prática sexual ocorriam especialmente à noite com maior movimentação nos finais de semana. As prostitutas, populares raparigas, eram de várias localidades e os frequentadores de todas as classes sociais. Existiram três agitados setores de cabarés na cidade: “Cai N’agua”, à margem do rio Parnaíba, próximo do Hotel Pousada. Teve vários proprietários. Entre eles, os populares João Garapeira (falecido) e Raimundinho da Dorica. Lá era promovido o Baile Cor de Rosa e o Forró Pé de Serra. Na conhecida Rua do Fogo tinha várias casas do ramo: Os cabarés das populares Marizô, Carmozina (falecida), Chica Preá (falecida) e Irene Casadinho (falecida) e tantas outras. Havia também muito forró e muitos bares com músicas bregas e apaixonadas, tocadas em radiolas ou em vozes de bêbados, acompanhados por um violão. Próximo à Rua do Fogo, na beira de um grotão, teve o movimentado cabaré “Casa Amarela” de propriedade do popular Estevão Galinha D´gua (falecido), onde também havia muito forró e o Baile Amarelo. Tinha ainda o ponto: “As Meninas dos Olhos” do engraçado Quixaba, localizado no “Sovaco do Cão” à margem do rio Parnaíba. “Inferno Verde” foi o apelido dado pelo popular Reis Felix, considerado uns dos maiores frequentadores de cabarés de Amarante, a um animado setor da prostituição, localizado na Rua São Benedito, perto do Clube Os Quarentões. Teve vários donos de cabarés, neste setor, como: Cecílio Dias (falecido), as populares: Chicuta, Ducarmo Tataira, Rita Macambira, Biluca e Helena Preta. Tinha ainda Nazaré Cambão, a “Rainha da Panelada”. Havia ainda nos prostíbulos de Amarante outros nomes de bailes, o Branco e o Azul. Vale esclarecer que as prostitutas eram muito discriminadas: não podiam estudar em colégios, frequentar igrejas e nem de participar de muitos atos da sociedade. Em várias ocasiões, muitas mulheres casadas foram atrás de seus maridos nos cabarés. Existem ainda em nossa cidade, três prostíbulos: “Paraíso do Amor” do popular Doutor do Cícero Casadinho (bairro Dois Coqueiros), BR 343; Casa de Encontros da popular Ducarminha, Rua Da Costa e Silva, perto do rio Parnaíba (Cai N´agua) e o da Chiquinha Sousa, Rua do Fogo.
           Conexão.  A cidade de Regeneração a 18 km do centro de Amarante, historicamente conectada à nossa cidade desde o início de sua povoação. Vale ressaltar que a conceituada Regeneração quando era pequeno povoado, recebeu outros nomes: São Gonçalo de Amarante, São Gonçalo Velho, e São Gonçalo de Regeneração. Ela também foi muito chamada de Vila. Ainda hoje, existem pessoas que pronunciam esse apelido. Para suprir sua necessidade comercial através de transporte fluvial no rio Parnaíba, a nossa vizinha Regeneração, fez estabelecer o “Porto”, origem do município de Amarante. Regeneração passou por um bom tempo, vinculada em nossa municipalidade. Continua a influência mútua comercial, educacional, cultural, social e política desses municípios.

 Minério em Amarante - Segundo o geólogo amarantino João Castor do Nascimento Silveira, há grande possibilidade da existência de minério na Serra da Arara, município de Amarante, devido à formação sedimentar da área, principalmente por arenito. A Petrobrás esteve no local onde perfurou há longos anos, um poço pioneiro. O resultado constituiu uma ligeira emanação de gás. Esclareceu ainda o geólogo João Castor que no lugar Canto, neste município, limitando-se com Francisco Ayres, há uma boa quantidade de GIPSITA (sulfato de cálcio), matéria prima para obtenção de gesso. Análise já foi feita em laboratório de São Paulo por intermédio do geólogo João Castor da Silveira.
Mimbó – trata-se do nome de uma antiga comunidade da Zona Rural de Amarante, a 20 km do centro da cidade. Pesquisadores, historiadores e imprensa de várias partes do Brasil, sempre visitam o povoado para colherem junto aos mais velhos “mimboenses”, a origem e cultura daquele povo simples e acolhedor. O professor e jornalista amarantino, Virgílio Queiroz, foi um dos pioneiros a levar o nome “Mimbó” para o mundo, através de seus valiosos escritos, expressivas palestras e entrevista aos grandes comunicadores do país. A Cidadã amarantina, historiadora, poeta e escritora Emília da Paixão Costa (Bizinha), membro forte de nossa cultura, também há longos anos, fornece dados preciosos sobre aquela comunidade para várias pessoas, a exemplo da saudosa historiadora amarantina Nasi Castro. Nestes últimos anos, o povoado é tratado também como Quilombo Mimbó devido o seu povo ser de origem africana. Idosos da comunidade contam que tudo começou há mais de cento e cinquenta anos atrás, quando três negros escravos, os irmãos: Francisco, Laurentino e Pedro e as irmãs: Antonia, Benedita e Rita, fugiram de uma fazenda da região de Oeiras, na época, Capital do Piauí, para a Zona Rural de Amarante. Os escravos, temerosos de capturas e grandes castigos de seus donos, se esconderam num lugar de difícil acesso repleto de grutas e penhascos nas imediações do riacho Mimbó e rio Canindé. Lá encontraram Antonia, Benedita e Rita, pertencentes a um grupo de negros que já residiam na localidade, e constituiram matrimônio. Contam ainda que a família Rabelo da Paixão, considerada descendente dos escravos fugitivos é precursora do crescimento populacional e desenvolvimento social da comunidade Mimbó. Muitos anos depois, as famílias “mimboenses” instalaram residência numa área plana, próxima da inicial moradia dos escravos fugitivos, onde vivem até hoje. Para os mimboenses subirem para a parte plana, abandonando as antigas moradas, foi necessário o convencimento dos professores Cinéia Santos e Virgílio Queiroz que justificaram a mudança como algo benéfico para os habitantes pois a parte alta fica perto da BR, facilitando assim o intercâmbio do Mimbó com Amarante e outras cidades. Além disso, havia o problema de doentes que precisavam de tratamentos médicos e a subida até a parte alta era muito difícil. O primeiro a subir foi um dos troncos da comunidade, Pedro Rabelo da Paixão. Nestes últimos anos, formou-se o assentamento habitacional Mimbó com a maioria de descendentes de escravos, próximo à antiga moradia e à BR 343.
 Amarante, berço de grandes nomes: Dirceu Mendes Arcoverde, Antonino Freire, Waldir Arcoverde, Eduardo Neiva, “Da Costa e Silva”; Luís Mendes Ribeiro Gonçalves, Osvaldo Da Costa e Silva, Dr. Antonio Ribeiro Gonçalves, Taumaturgo Sotero Vaz (poeta), Odilon Nunes, Cunha e Silva, Clóvis Moura, Carvalho Neto, professor Antonio Veríssimo de Castro (Tonhá), historiadora Raimunda Nonata de Castro (Nasi), Coronel Joaquim Vilarinho, Coronel Miguel de Almeida Lira, Geraldo de Sousa Vilarinho (oficial superior do Exército), Dr. Francisco da Cunha e Silva Filho, Dr. Francisco Ayres Cavalcante, professor Afrânio Nunes, Homero Castelo Branco, Dr. Antonio Pereira Lopes, Dra. Eulália Maria Ribeiro Gonçalves do Nascimento Pinheiro, Coronel Clidenor Lima, Coronel Walker Prado, Coronel Manoel Mendes de Melo, Major Antonio Soares Ribeiro (Tota), Capitão Deodato Lopes da Silva, Dr. Eleazar Moura, José Moura Lima,  Dr. Adoniais Carvalho, Dr. José Moacy Leal, João Elias Teixeira e Silva, Rafael Sousa Fonseca, Sérgio Luís Teixeira e Silva, Dra. Maria Celestina Mendes da Silva, José Dias Feitosa (Capitão Zeca) e outros famosos. Amarante, por vários motivos, é apelidada: a Capital da cultura piauiense.
            Amarante, nestes dois últimos anos, contemplado com expressivos projetos, graças à idealização, criação e execução da competente maranhense Elisete Sousa dos Santos (Dra. Betty), há mais de dois anos prestando relevantes serviços neste município. Entre eles, a 1ª FEIRA DE AGRICULTURA FAMILIAR DE AMARANTE, objetivando criar um espaço para comercialização de produtos agrícolas; CENTRO DE ARTESANATO AMARANTINO, aberto em 10/12/2011. Atualmente, este elogiável empreendimento conta com vinte e sete artesãs. Cinco deles formam uma diretoria administrativa para os anos de 2012 e 2013: Ronaldo Moura, Maria Inês Mendes, Gregório Carvalho, Augusta Ernesto e Clautenis Silva. Há uma variedade de produtos, entre eles, cajuínas, cachaças, vinhos, licores, doces, bolos, redes, roupas, bonecas, chapéus, bonés, bordados, cortinas, tapetes, bandejas, toalhas, bolsas, almofadas, jarros, quadros.
   Título a Amarante. O sistema Meio Norte de Comunicação, por meio do Meionorte.com, via rede social, abriu concurso em 2012, através de votos, para eleger os novos sete locais mais belos de nosso Estado. A riqueza arquitetônica de Amarante e sua tradição histórica, o fator principal para que nossa cidade recebesse o título de Sétima Maravilha do Piauí.

                                                        REVOLUÇÃO

Inesquecíveis amarantinos contam que Amarante viveu momentos de terror om a passagem da Coluna Prestes na cidade, no período de 20 a 27 de dezembro de 1925. Foram várias colunas das forças revolucionárias que deixaram o povo do município assustado. A 1ª Coluna, a do Capitão João Alberto, chegando à meia noite em nossa cidade. Logo após, os revoltosos arrombaram as portas do Telégrafo, onde se instalaram. Horas depois, chegaram os grupos chefiados pelo Coronel Dutra e Capitão Euclides. Em seguida, outras caravanas comandadas pelo Cel. Juarez Távora e Sr. Bernardino.  No mesmo dia, chegaram também à nossa cidade as colunas do Cel. Carlos Prestes e a do Sr. Siqueira Campos. As forças revolucionárias arrombaram portas de comércios e saquearam grande estoque de mercadoria. Os estabelecimentos comerciais de Abdon Moura e Joaquim de Castro Ribeiro (Quincas Castro), avô materno da ilustre amarantina Maria Cirene de Castro Sousa, de grande movimentação e sortimento, foram os mais afetados com os roubos dos revoltosos. Eles ainda forçaram comerciantes em geral, pagarem uma conta altíssima de guerra. Dizem que os revoltosos derramaram perfumes em toda a cidade. Houve, também, invasão residencial, de onde os revoltosos levavam tudo que encontravam e  determinaram o fuzilamento dos expressivos Senhores de Amarante: Abdon Armindo de Moura, Cel. Luiz Gonçalves Ribeiro, Major Sátiro de Castro Moreira, Capitão Francisco José de Lima, Miguel Arcoverde Vieira, Amâncio José Pereira Lopes, Raimundo Gonçalves Vilarinho,  Acilino Neiva, Eugênio Barbosa, Gerson Ernestino de Sousa, João Ribeiro de Carvalho (João Pinga), José Maria Gonçalves, Gonçalo Se Antônio Costa. Felizmente ficou só na ameaça. O saudoso Francisco Felix da Silva testemunhou toda ousadia dos revoltosos com o povo amarantino, a exemplo do inesquecível Odilo de Sousa Queiroz, pai do professor e jornalista Virgílio Queiroz, que sabia das ações das forças revolucionárias em vários lugares do Brasil. A secular Clotildes Ribeiro da Silva, a popular Coló, residente em Amarante, conta com detalhes as atrocidades dos revoltosos em nossa cidade.
 Encontros Culturais – Os Encontros Culturais de Amarante tem a sua origem na criação do Grupo Teatral Nasi Castro, em 1976. Tendo como o principal idealizador, o professor e jornalista Vírgílio Queiroz com o apoio de Luís Alberto Soares, Zulmira Bezerra, Socorro Leal Paixão, Antonio Alves (falecido), Ocirema Ribeiro, Chuegas Del Manelito (falecido), Pio Vilarinho, Raimundo Alves, entre tantos outros. Em 1980, praticamente sem o apoio do poder público, o Grupo Teatral Nasi Castro promoveu a 1ª FEIRA DO POVO DE AMARANTE. Foi algo extraordinário! Para a realização do evento, os integrantes do referido grupo teatral saíram de casa em casa pedindo contribuição em alimentos para atender as exigências básicas para a alimentação dos grupos teatrais de todo o estado piauiense que se encontrava em nossa cidade. Esse momento pode ser considerado o marco inicial dos encontros culturais. Foi, nesta época que o Mimbó foi mostrado para o mundo, através de um artigo publicado pelo Jornal da Manhã, através do saudoso jornalista Paulo de Tarso Moraes, com a participação de Orlando Portela, Luiz Brandão e Virgílio Queiroz (todos, atualmente jornalistas). Devido o sucesso da 1ª FEIRA DO POVO DE AMARANTE, Virgílio Queiróz foi procurado pelo emérito professor Noé Mendes – grande amante da cultura popular piauiense que, ao lado de figuras brilhantes, como da professora Verônica Ribeiro, propôs um projeto ousado – a criação do 1º Encontro Cultural de Amarante. Tudo certo. A festa foi grandiosa! Um projeto gigantesco que envolveu a Universidade Federal do Piauí, a Fundação Cultural do Piauí, o Governo do Estado, o Ministério da Educação e, praticamente todas as cidades da região do Médio Parnaíba. Foi a maior festa cultural do Piauí, na época. Para se ter uma ideia: todas as hospedarias de Amarante ficaram lotadas, sem contar as pessoas que ficaram lotadas na União Artística Operária Amarantina, Ginásio Da Costa e Silva e Casas residenciais. Em 1981, a Prefeitura Municipal de Amarante, governo de Emília da Paixão Costa (Bizinha), promoveu a 1ª Semana Cultural de Amarante, realizada com sucesso na Praça Padre Virgílio. Em 2009, 2011 e 2013, a Prefeitura Municipal de Amarante (governo de Luiz Neto), através da Secretária de Cultura e Turismo, promoveu na Avenida Desembargador Amaral, o XV, XVI e XVII ENCONTROS CULTURAIS.

LIVRO:   AMARANTE, PERSONALIDADES E FATOS MARCANTES

         AUTOR: Luís Alberto Soares (BEBETO)




segunda-feira, 9 de junho de 2014

AMARANTE CULTURA POPULAR

Amarante possuiu um riquíssimo folclore considerado pelo saudoso professor Noé Mendes, como um dos mais puros do Brasil. Amarante recebe quase que diariamente visitas de pessoas interessadas em pesquisar as manifestações populares que se apresentam espontaneamente nas danças: Cavalo Piancó, no Pagode, especialmente o do Mimbó, nas Doze Danças Portuguesas, Rodas de São Gonçalo e de São Benedito, Coco Peneruê, Danças do Balaio e das Peneiras, e muitas outras. Tem também as narrativas e lendas contadas que são nos terreiros das casas da zona rural do município.

Cavalo Piancó - Um dos destaques do folclore piauiense é uma forma de coco que surgiu às margens do Rio Canindé, local da tradição do plantio nas vazantes. Não se sabe ao certo a data do surgimento e nem o autor desta dança popular genuinamente amarantina. Atribui-se que o Cavalo Piancó é originário da comunidade Veredinha. Nos arquivos dos grandes historiadores de Amarante, encontra-se registrado que nas noites enluaradas, quando se vigiavam as plantações, rapazes e moças, para afugentar o sono, entretinham-se com a brincadeira. Dançado aos pares, cavaleiros e damas em círculo, imitando o trote de um cavalo manco. Os cavaleiros trocam de damas e seguem o enredo dançando e cantando. O Cavalo Piancó é conhecido em vários lugares do território nacional e exterior. Divulgado nas grandes emissoras de rádio e televisão, nas importantes revistas e jornais. Já se apresentou em outros Estados. Participou há mais de 30 anos atrás de um festival de folclore do Norte e Nordeste do Brasil na Capital Maceió. Em 1982, o Grupo de Teatro “Nasi Castro apresentou-se em São Luís, na 4ª Mostra de Danças do Norte e Nordeste, no Teatro “Artur Azevedo”, com várias manifestações, entre elas o “Cavalo Piancó”. A atriz Zulmira Bezerra, a popular Sibita, há longos anos, vem sustentando esta tão apreciada dança folclórica.

As Doze Danças Portuguesas, folclore originado de Portugal. Em Amarante, tornou-se tradição há muitas décadas, geralmente bem apresentadas nos momentos culturais de nossa cidade e nos encontros folclóricos de outros lugares. A folclorista e atriz Sibita diz por aí afora que As Danças Portuguesas, sempre foram bem representadas e muito aplaudidas, especialmente nas apresentações em Teresina. Sibita, uma das maiores colaboradoras da cultura de Amarante, ultimamente vem se preocupando com a preservação de nossa riqueza popular, ela fala que é necessário mais incentivo das autoridades governamentais.

Pagode de Amarante é uma cultura rotineira, exibida tanto na zona urbana como na rural. O pagode de Amarante é convidado a se apresentar em várias cidades da região, especialmente nos grandes encontros culturais de Teresina, ultimamente representado pelo Pagode do Mimbó. Esta cultura é originada do território africano, cantado e dançado por escravos que viviam em Amarante. Hoje, todos participam desta cultura milenar. Na realidade, o Pagode amarantino se destaca pela sua grandeza animadora e beleza coreográfica e de compasso encantador. como “Gonçalo Urubu”. Não conseguimos a sua letra. Em 1959 e 1960, com participações de pessoas de Floriano, foi encenada a manifestação dos CONGOS, com grande aceitação. Em 1961, os irmãos Marcos e Gonçalo Pio, que haviam participado desta brincadeira, levaram-na à festa do Centenário da transferência da Sede da Freguesia e Vila de São Gonçalo, para Amarante, por solicitação do Padre Isaac José Vilarinho (hoje, Monsenhor), então vigário da cidade.

Reis de Careta – Cultura popular secular de Amarante, especialmente na Zona Rural. Este folclore é apresentado anualmente, do Natal ao Dia de Reis, 06 de janeiro. Há vários grupos no município. Eles são formados com poucas personagens: um ou dois violeiros cantadores; um batedor de pandeiro; dois homens com máscaras no rosto (caretas), trajados de roupas velhas remendadas e até rasgadas, paletó preto, gravata e chibata comprida. Eles são cômicos e incluem termos satíricos; Burrinha - trata-se de um homem com um esqueleto de buriti enfeitado de papel de cor rosa e espelhos, conduzido entre suas pernas como se ele tivesse montado no animal.  Às vezes, há outra figura dramática que faz a função de Maracanã ou Merequenen. Os Reis de Caretas cantam até por longas noitadas em várias casas, havendo antecipadamente uma combinação. Sempre acontece em suas exibições, participação de mulheres nas cantorias. No ato do evento, os folcloristas colocam lenços nos ombros dos donos das casas e recebem contribuições em dinheiro.

O Reisado e as Pastorinhas apresentavam-se em Amarante no fim de dezembro e começo de janeiro. O grupo era composto de cigana, rainha e pastora. Dançavam nas residências com bailados e belas canções, acompanhadas da orquestra. Era formado por moças de nossa cidade que participavam espontaneamente. Arrecadavam dinheiro para a Igreja Matriz de São Gonçalo ou fins filantrópicos. Era bonito, romântico e divertido. Ainda hoje essa tradição é mantida até com a participação de crianças.

Os Marujos foi um folclore trazido para nossa cidade por um senhor de São Pedro do Piauí que tinha parentes no Bairro Areias, segundo o saudoso Francisco Félix da Silva (Chico Félix), pai dos irmãos, Doquinha, Tetê, Verana, Reis e Manoel Felix. O popular Chico Felix disse ainda para várias pessoas que este folclore veio de Fortaleza – Ceará. Os Marujos de Amarante sempre foi representado pelo Bairro Areias por longos anos. Este folclore foi esquecido por um período, mas, hoje estão resgatando esta tradição.
 Os Congos - Cultura popular que foi muita praticada em Amarante, durante anos através do folclorista conhecidoReisado das crianças e adolescentes - Recentemente resgatado por Maria das Dores Batista da Silva, a popular “Dora do Afonso da Churrascaria Ipanema”. Um show de dança e cântico. Esse encantador folclore vem se apresentando com sucesso em Amarante, graças à boa vontade desta incansável amarantina, uma amante da nossa cultura popular. São 22 crianças e adolescentes do sexo feminino que com competência revivem essa antiga cultura que se encontrava esquecida. O reisado é composto de personagens: Ciganas, Rainha, Estrela, Rosa, Cravo, Amor Perfeito (camponesa), Galegas (adoração do presépio), Borboletas e do carneirinho, companheiro das Galegas. Apresentação: 06 de dezembro a 20 de janeiro. As baixinhas dão um show mesmo.

Bumba-Meu-Boi ou simplesmente O BOI. Era uma das mais animadas festas da cidade. Numa tarde de final de semana se programava a morte do Boi. A multidão se aglomerava num curral improvisado. Cedo da noite, farta comida para os convidados e em seguida festa dançante com música ao vivo até o dia amanhecer. Registrado na memória do povo e nos arquivos históricos de nossa gente, os “BOIS” de Antônio Ribeiro (falecido), Paulo Pereira (falecido), popular Dinga (falecido), Pedro Gregório (falecido) e o da Veredinha. Nestes últimos anos, esta tradição amarantina está sendo apresentada, até fora de época, pelos populares Manoel Senhor e Afonso Ti-ti-ti.

Roda de São Gonçalo é uma tradição religiosa. Conforme os arquivos de NASI CASTRO, a letra desta cultura adquirida pelo Padre Isaac Vilarinho (hoje Monsenhor Isaac), então vigário da Paróquia de São Gonçalo, com Dona Maria das Dores da Anunciação – Dora do Geraldo Rezador – e foi cantada por um grupo de moças na festa comemorativa do 1º Centenário da transferência da sede municipal e paroquial ocorrida em julho de 1961.
Roda de São Benedito - novena, dança e cântico em homenagem ao Santo. Há décadas uma tradição religiosa em Amarante. Depois dos atos religiosos, muitos se organizam em roda para fazerem coreografia simples num ritmo bem marcado. São formadas duas fileiras de homens e mulheres, para dançar e cantar com acompanhamento de violas, em torno de um altar improvisado.
Dança do Balaio - Folclore, esquecido em Amarante. Foi muito exibida em apresentações culturais escolares e em outros movimentos da nossa cultura, nos anos 70. O Balaio - dança e música, abrange duas fases, a antiga que o nordeste, da Bahia ao Maranhão, conheceu durante um século. E a posterior ou moderna, a partir de 1946, que atingiu todo o Brasil e se projetou no exterior. Em Amarante, a dança foi apresentada pela primeira vez na Unidade Escolar Luís Mendes, Bairro Areias, em 1970, através da professora Iracema, diretora daquele colégio na época, com os ensaios da folclorista e atriz Ely Sibita, que era inspetora da unidade escolar. Houve uma pequena modificação na letra da música de O Balaio, executada somente por cânticos e coreografia dos participantes, sendo que os dançarinos iam ao centro de um em um, até que o grupo se reunisse.

Dança das Peneiras - Folclore adaptado em Amarante, baseado na Dança do Café. Não havia no Brasil, nem mesmo em São Paulo, estado cafeicultor por excelência, uma dança que se prendia ao círculo do café: plantio, carpa, poda, colheita. No entanto, sabe-se que agricultores paulistas apresentavam uma dança que reproduzia as várias fases do plantio do feijão, desde a aração de terra ao ensacamento (cereal). Depois, os cafeicultores a improvisaram para a comemoração da sua colheita. A dança tornou-se popular em Amarante, através das apresentações culturais em colégios da cidade. Diz a folclorista e atriz Ely Sibita que houve uma ajuda da saudosa Ione Silveira na música e letra do folclore, no momento, esquecido.

 “Dança da Rasteira”.  A folclorista e atriz Zulmira Bezerra (Sibita) conta que na década de 50, em Amarante, ocorria anualmente uma brincadeira muito engraçada no Bairro Cajueiro, pronunciada como “Dança da Rasteira” e “Tambor de Crioula”, comandada pela inesquecível amarantina Ovídia Maria Feitosa, popular Santa Vieira. Tratava-se de um bailado com característica do tradicional folclore Pagode de Amarante. Os dançarinos se movimentavam em pares (homens e mulheres) com muito gingado e sapateado circulando um pau grosso fincado no terreiro da casa da saudosa Santa Vieira, no qual havia um músico sentado nele, cantava e tocava num tambor.  Qualquer distração dos dançarinos, as dançarinas aplicavam-lhes “rasteiras” desconcertantes e, por diversas vezes, eles caiam esparramados no chão. O público soltava longas gargalhadas e fazia chacota deles.

Dança do Tiroli – Trata-se de um bailado muito animado onde o sapateado se faz presente ao som de várias músicas ao vivo através de sanfoneiro, cantores. Participação de jovens dançarinos de vários os sexos. Uma espécie de quadrilha junina, parecida com as “Danças Portuguesas”. Vale esclarecer que a acalorada dança foi vista no município de Angical do Piauí pelo professor e folclorista amarantino, Raimundo Dias da Costa. Ele adaptou outros ritmos e cânticos na Dança do Tiroli para um grupo folclórico do povoado Conceição, Zona Rural de Amarante. Constantemente, um grupo folclorista daquela comunidade se apresenta em manifestações culturais da região. Segundo o saudoso professor Noé Mendes, a expressão cultural Dança do Tiroli, é de origem indígena.

Coco Peneruê - Outra cultura popular de Amarante, esquecida. Dança muito exibida na cidade na década de 70. Conhecida em outros lugares do nordeste como Coco do Sertão. Folclore com característica dos Cocos antigos, como sejam: formação em roda, sapateado, umbigada, colocação dos pares vis-à-vis, aspectos estes comuns aos Cocos alagoanos. A dança tem movimentos circulares ora apresentados pelos dançadores girando em torno de si, ora descrevendo pequenos círculos entrelaçados, ora progredindo e girando ao mesmo tempo, dando a impressão de roda viva, a movimentar-se incessantemente, rodopiando e girando. Nesta versão de roda apresentada em Amarante, os dançadores cantam o refrão e não há solistas.

 Há vários grupos folclóricos no município de Amarante, na Zona Urbana e Rural. Por exemplo: Grupos de Teatros: Nasi Castro e Amarantus, que também apresentam danças folclóricas. No bairro Cajueiro há um grupo que proporciona o “Cavalo Piancó Mirim”; Pagode Mirim e Grupo de Pagodeiros do povoado Periperi; Grupo Folclórico das irmãs (professoras), populares Mariquinha e Mundinha; Tiroli, Reisado de Careta, dançasapresentadas por grupos dos povoados Conceição. Na comunidade Mimbó tem vários grupos de danças: Dança de Rua, Reggae, Pagode e Dança Afro.
Carnaval antigo - Os registros dos historiadores apontam que o carnaval antigo de Amarante era uma brincadeira grosseira. Por volta de 1923, essa festa popular foi melhorando nas atitudes dos foliões. Nesse período, no jardim da praça da matriz, hoje Praça Padre Virgílio Madeira, houve uma batalha de confete, serpentina e lança perfume, foi um sucesso. “No domingo antecedente ao carnaval, à noite, apresentava o Zé Pereira. Senhores, rapazes, senhoras e moças da sociedade, usando roupas antigas, saiam em grupo, montados em jumentos, de costas para a cabeça dos animais, portando lanternas feitas de buriti, forradas de papel de seda com velas acesas dentro. Participavam do grupo com uma orquestra percorrendo as principais ruas da cidade, tocavam e cantavam”.       
Carnaval atual – Nestas ultimas três décadas o carnaval de Amarante tomou outra direção. Em julho de 1997, o Bloco carnavalesco Prabadalar, ligado ao Jockey Clube, promoveu na Avenida Desembargador - Centro, o primeiro carnaval fora de época denominado de MICARANTE. Foram duas noitadas de grande público e muita animação. No mesmo mês e local, a Prefeitura Municipal de Amarante, governo de Dr. Adoniais Prestes, promoveu a AMAFOLIA. Particulares estão mantendo anualmente, no mesmo período e lugar, o carnaval fora de época. Em 2010, esta festa popular, aconteceu na Avenida Dirceu Mendes Arcoverde – Centro. No 2º governo de Dr. Miranda (2002 a 2005), com o incentivo do professor Virgílio Queiroz, na época, Secretário Municipal de Cultura, a prefeitura deu início ao patrocínio anual do carnaval de período tradicional na Avenida Desembargador Amaral para todas as classes sociais: 04 bailes noturnos e dois vesperais (baile das crianças). A partir da prática desse evento popular em vias públicas, o habitual carnaval dos clubes, foi extinto.


 LIVRO:   AMARANTE, PERSONALIDADES E FATOS MARCANTES
AUTOR: Luís Alberto Soares (BEBETO)

quinta-feira, 29 de maio de 2014

PREFEITURA MUNICIPAL DE AMARANTE SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA

PROMOVE
EM PARCERIA COM IFPIANGICAL

 “SARAU CULTURAL”
COM PALESTRA E ESPETÁCULO DE DANÇA

DATA: 30 de maio de 2014 (sexta-feira).

LOCAL e HORÁRIO:
PALESTRA: Museu de Amarante – 15:00 horas.

PALESTRANTE: Professor Ruimar Batista – do Memorial Zumbidos Palmares.

TEMA: “Clóvis Moura” – com ênfase nas questões do negro, do índio, do Canindé e da escrava Esperança Garcia.

PÚBLICO: Estudantes, professores, historiadores e ativistas culturais.

CERTIFICAÇÃO: Estudantes da UESPI, Estudantes de Ensino Médio, Professores e Ativistas Culturais.