Amarante tem sua origem num aldeamento indígena. Gonçalo Lourenço
Botelho de Castro, 2º Governador da Província do Piauí, em 1771, aldeou os
índios Acaroás e Guegueses perto da nascente do riacho Mulato, no mesmo lugar
onde hoje é a cidade de Regeneração, dando a essa missão o nome de São
Gonçalo de Amarante, em homenagem ao santo de seu nome.
A
história de Amarante está ligada ao então propósito do Governador da
Província, utilizando mercenários em busca de ouro e consequentemente
acumulando riquezas, aldeavam e na maioria das vezes trucidavam índios que
viviam às margens do Rio Mulato na antiga Vila
de São Gonçalo (hoje Regeneração). Devido à navegação do Rio Parnaíba e o
consequente avanço comercial que já se fazia notório, em 16 de julho de 1861,
em conformidade com a lei nº. 506 de 10 de agosto de 1860, a sede foi
transferida para o Porto de São Gonçalo de Amarante, ficando a atual
Regeneração reduzida a uma simples povoação denominada de São Gonçalo Velho.
Em
1861, a sede da Paróquia e Vila de São Gonçalo de Amarante, foi
transferida para o Porto, hoje cidade de Amarante. O templo foi fundado
em 1874. Festeja-se o Padroeiro anualmente. Muitas alterações foram
introduzidas na parte religiosa e social. O período da festa foi em diversas
épocas do ano, mas a partir de 1915, foi fixado de 23 de dezembro a 1º de
janeiro para não coincidir com o festejo da vizinha cidade de Regeneração, que
tem o mesmo Padroeiro e faz a sua festa de 01 a 10 de janeiro. Houve tempo em
que o vigário das duas localidades era o mesmo e assim, ele distribuiu o
calendário das festas nas duas cidades.
Amarante foi até 1930, um
grande centro comercial. As transações eram feitas com grandes cidades
brasileiras, e até com outros países, como Inglaterra, França, etc. A
demonstração da presença da Inglaterra em nossa cidade está explicada em muitas
coisas, como a Casa de Azulejos que veio através do comércio britânico,
realizado através dos vapores – via Parnaíba.
A cidade de Amarante tem em
sua história, uma identificação bem próxima ao seu “homônimo” lusitano. As
primeiras casas que foram construídas por pessoas de Portugal, a exemplo da
primeira, por João Ribeiro Gonçalves, perto do Rio Parnaíba, um armazém, que
chamava Armazém do Povo. Outra característica bem visível é o conjunto
arquitetônico e as manifestações culturais folclóricas, como é o caso das “Doze
Danças Portuguesas”, que retratam movimentos rítmicos das cantigas coloniais
portuguesas.
Através
da resolução provincial nº. 734, de 04 de agosto de 1871, Amarante foi
elevada à categoria de cidade. O seu progresso foi muito rápido, tornando-se em
poucos anos o Centro Comercial de maior importância do Estado do Piauí, sendo
inclusive cogitada a ser a nossa Capital. No final do 1º quartel do século XX,
AMARANTE já se apresentava em declínio devido ao crescimento acentuado de
Floriano e ao início da utilização dos transportes rodoviários.
Amarante no passado, além de organizada economicamente e
fazer intercâmbio com outros países, cultivava a literatura e as artes, tendo
nessa parte, vivido momentos de
glória. Os primeiros jornais impressos, clubes, peças
teatrais, bandas de músicas ressoavam em todo o Piauí e Estados vizinhos,
levando bem alto o nome Amarante.
Amarante nos dias atuais,
ainda conserva a sua beleza no casario, em suas ruas estreitas em suas
tradições populares. Apesar de pouca importância que é dada para esse setor, a
cultura popular ainda é o nosso maior tesouro, responsável pela presença de
nossa terra entre cidades mais importantes do Piauí, com as nossas
apresentações folclóricas.
Amarante é conhecida e
respeitada como sendo terra de onde já surgiram governadores,
vices-governadores, deputados estaduais, federais e senadores. Muitos de seus
filhos, pertencentes à Academia de Letras do Piauí e de outros estados, como:
Maranhão, Amazonas, Ceará, etc. Amarante também é conhecida a Capital da
Cultura do Estado do Piauí e como “Atenas Piauiense”, no dizer do imortal
professor amarantino “Cunha e Silva”.
Amarante às vezes é chamada
por este Brasil afora como “Terra do Papagaio”. Por quê? A historiadora Maria
Santana Vilarinho Santos, um dos membros de nossa cultura, tem uma versão do
motivo desse chamamento. “Há muito tempo... Numa grande enchente dos rios
Parnaíba e Canindé, desciam enormes blocos de terra, contendo árvores, animais
e outros. Num desses blocos vinha um papagaio. Ao chegar na cidade de Amarante,
a ave perguntou - onde estou? Responderam – em Amarante. Ele deu uma risada e
disse: prefiro a morte. Aqui, é terra de poetas, escritores, governadores, não
há lugar para papagaio... Ah! Ah! Ah!”.
Amarante fica na Zona
Fisiográfica do Médio Parnaíba, Microrregião 4 e ocupa uma área de 1.150 Km2,
limitando-se ao NORTE com Palmeirais – ao LESTE, Angical do Piauí e Regeneração
– ao SUL, Francisco Ayres e Floriano e a OESTE com São Francisco do
Maranhão. O município de Amarante foi formado com território desmembrado de
Jerumenha e de Valença. Desmembrou terras para a formação de outros municípios,
como: Angical do Piauí, Francisco Ayres e Arraial. Atualmente o município de
Amarante é constituído por sete Datas: Boa Esperança, Muquilas, Araras, Sítio
do Meio, Saco dos Melo e Conceição. A cidade de Amarante está encravada na Data
de Boa Esperança. Assentamentos do
INCRA: Flor de Maio, Santa Helena, Araras, Ararinha, Mimbó, Salobro, Nova
Conceição e Ponta da Várzea (Sical). Do Crédito Fundiário: Vila Feliz,
Chapada dos Marcos, Chapada do Filomeno e Chapada do Bacuri. População do
município: 17.316 (CENSO/2010). Amarante ocupa a trigésima primeira
posição dos municípios mais populosos do Piauí.
Via pública - A primeira rua da
cidade de Amarante chamava-se Rua Grande, devido sua ampla largura, partindo no
Morro do Pontal à margem do rio Parnaíba. Foi o caminho da Vila de São Gonçalo
para o Porto. Hoje, nomeada Avenida Desembargador Amaral em homenagem ao primeiro
juiz de Direito de Amarante, Desembargador José Mariano Lustosa de Amaral.
Havia uma arborização muito frondosa de mamoranas, árvores de origem
portuguesa. Nas laterais, iluminação por lampiões a querosene. As árvores são
as que o nosso poeta maior, “Da Costa e Silva” se refere no soneto Saudade. Em
1932, um projeto do amarantino, engenheiro, Dr. Manoel Sobral (alto
comerciante), a Avenida foi transformada com figueiras e fícus benjamim. Em
seguida iluminada por petromax. Em 07/09/1933, a Avenida recebia luz elétrica
da usina Morais &
Cia., trazida por Zeca Correia, que implantou outros benefícios no município.
A navegação fluvial a vapor teve início
com a chegada do vapor Uruçuí ao porto da então Vila de São Gonçalo, ocorrida a
10 de junho de 1862. Foi o avanço para o progresso, o comércio desenvolveu-se
rapidamente. Em 04 de agosto de 1871, a
Vila passou à cidade, com o nome de AMARANTE e seu porto fluvial logo se tornou
de importância semelhante ao de Parnaíba, tornando Amarante o empório comercial
da região sul do Piauí e Maranhão, estendendo sua influência a Goiás. Tudo ia
bem, era o progresso, Amarante chegou a manter transações comerciais
internacionais. Esteve em franco progresso até o surgimento de Floriano que lhe
arrebatou essa força comercial. A partir daí, começou a decadência de Amarante.
Historiadores contam nos seus
arquivos que na época da transferência da Vila de São Gonçalo para o Porto
(cidade de Amarante), surgiu a 1ª professora de nosso município. Logo mais,
foram criadas duas escolas públicas estaduais: uma para meninos, dirigida por
um professor e outra para meninas, dirigida por uma professora - denominadas:
Escola Pública do Sexo Masculino e Escola Pública do Sexo Feminino.
Na
segunda metade da década de trinta, do século XX, os hidroaviões da Companhia
“Condor” faziam escala semanal em Amarante. Pousavam no rio, frente à cidade, e
atracavam ou paravam em local apropriado. Transportavam passageiros, encomendas e
malas do Correio.
Traziam muita vida
à cidade e
promoviam o intercâmbio
sócio-cultural. Era um
dia movimentado. A presença do hidroavião atraia e motivava o
comparecimento de muitas pessoas, levadas pela curiosidade.
O
primeiro rádio
a ser instalado na cidade de Amarante foi o do movimentado Bar do Antônio
Costa. Para muitos, era coisa de outro mundo. Vinha gente de todos os lugares
de Amarante somente para escutar a grande invenção sonora. O bar ficava
superlotado de curiosos, que o diga a senhora Clotildes Ribeiro da Silva,
popular Coló, 100 anos de idade, mãe de José Pereira, o conhecido Zé Besouro.
Ela presenciou a novidade e diz para a nova geração que teve muita gente que
quando escutou o rádio, fazia o sinal da cruz, dizendo que aquilo era uma
“pintura do cão”.
Ruas
e várias casas de Amarante recebiam iluminação através de lampiões a querosene ou a
petromax (estilo Aladim). Em 07 de setembro de 1933, a empresa Morais &
Cia, de Parnaíba, instalou em nossa cidade, a energia elétrica movida por
máquina a vapor (caldeira à lenha e água), das 06 às 11 horas da noite. Anos
depois, a Prefeitura de Amarante foi responsável pelo fornecimento da energia
elétrica gerada pelo mesmo processo da Morais & Cia. Em seguida, o
fornecimento de energia foi gerado por máquinas a óleo por conta da CERNE,
instalada no prédio hoje pertencente ao Iate Clube Amarantino, também das 06 às
11 horas da noite. Havia prorrogação de energia nos acontecimentos especiais.
Por último, a CEPISA – respondendo pelo atual abastecimento em todo Estado do
Piauí.
Amarante é uma fonte de riqueza
natural. A cidade é de porte médio, mas a sua posição geográfica, entre três
rios, circundada nos versos de nosso poeta maior, “Da Costa e Silva”, que a
cognominou de “uma ilha alegre e linda”. A coroa do Rio Parnaíba, especialmente
aos domingos do mês de julho, há grande aglomeração de banhistas, observadores
e comerciantes de vários municípios do Brasil. Tem também o morro de São
Benedito, defronte à Rua Antonino Freire, onde há o velho “ESCORREGA”, que
muitas gerações de amarantinos ilustres, na sua infância, ali se entretinham
brincando. Tem ainda as principais atrações turísticas: o panorama do alto da
Escadaria “Da Costa e Silva”, casarões em estilo colonial, o Sítio Floresta, a
Casa Odilon Nunes que abriga a Biblioteca e o Museu da Cidade, O Museu do
Divino Espírito Santo, a Pousada Velho Monge - onde se descortina a bela
paisagem das serras de São Francisco do Maranhão.
O
Hino e a Bandeira Municipal de Amarante são de autoria do heraldista e
vexilologista, professor Arcinoe Peixoto de Faria, da Enciclopédia Heráldica
Municipalista com sede em São Paulo – Capital.
Oficializados pela Lei Municipal nº 411, de 28 de março de 1977. Administração: Emília da Paixão Costa
(Bizinha). O Hino Municipal de Amarante com letra de Monsenhor Isaac José
Vilarinho e música do maestro Luís Santos. Oficializado pela Lei Municipal nº
411, 28 de março de 1977.
Os primeiros juízes da Comarca de Amarante: (1861 a 1900): Dr.
Higino Cunha, Dr. José Mariano Lustosa de Amaral, Dr. Gastão Ferreira de Gouveia
Pimentel Beleza, Dr. José Piauhilino Mendes Magalhães, Dr. Umbelino Moreira de
Oliveira Lima, Dr. Sesostris Silvio Mendes de Moraes Sarnamento, Dr. Pedro
Emigdio da Silva Rios, Dr. Antonio Martins da Silva Porto, Dr. Jesuino José de
Freitas, Dr.Joaquim Ribeiro Gonçalves, João Leopoldino Ferreira, Dr. César do
Rego Monteiro, Dr. Ernesto José Batista, Dr. Eduardo Olímpio Ferreira. Os
quinze últimos: Dr. Ausônio Neoséculo Carneiro da Câmara, Dr. Archimedes
Nogueira Paranaguá, Dr. Rogério de Castro Matos, Dr. Thomaz Gomes Campelo, Dr.
Geraldo Magella de Carvalho, Dr. Alair Rocha, Dr. Luís Fortes do Rego, Dr. José
Arimathéa Tito Neto, Dr. Raimundo Fortes de Oliveira, Dr. Francisco Isaias de
Arêa Almeida, Dr. Henrique Oliveira do Vale, Dr. Herbet Belisário dos Santos,
Dr. José Raimundo Belo, Dr. Atenor Barbosa de Almeida Filho, Dr. Fernando Lopes
da Silva Filho e Dr. Netanias Batista de Moura, desde outubro de 1997.
Primeiros professores de Amarante: Efigênia Maria de
Azevedo, Odilon Nunes, Cunha e Silva, Luiz Moura da Cunha, Amora Cunha e Silva,
Ditosa Fonseca, Raquel Costa (Quesinha), Júlia do Monte Lustosa, Júlia Leitão,
Zilda Sampaio, Nair Conde, Carolina Freire, Nailde Ribeiro, Joca Vieira,
Arysnede Cavalcante Corrêa Lima.
Os primeiros médicos que clinicaram em Amarante:
Manoel Joaquim Rodrigues Macedo (22-02/1862); Júlio César Audreíno -
amarantino nato (1883); Bonifácio Ferreira de Carvalho - amarantino nato
(1890); Manoel Rodrigues de Carvalho (1891); Antonio Sobral - amarantino nato;
Antonio Ribeiro Gonçalves – amarantino nato; Francisco Ayres Cavalcante -
amarantino nato (1915); Evanilda Neiva Pacheco (1959); Misael Dourado Guerra
(1964).
Velha
economia. Há várias décadas, a economia do município de Amarante era
voltada à cana de açúcar plantada com abundância nas margens do riacho
Mulato. A historiadora Maria Santana
Vilarinho Santos, recentemente fez um documentário sobre a importância desse
precioso produto agrícola. Havia vários engenhos. Dois deles, movidos a vapor e
caldeiras alimentadas pelo bagaço da cana moída. Os outros engenhos eram
movimentados por bois. Fabricava-se açúcar, rapadura e cachaça. Esses produtos
eram exportados para diversos municípios através de animais e balsas que
trafegavam no rio Parnaíba. A velha economia de Amarante estendia-se ainda na
geração de muita mão-de-obra. A
historiadora amarantina menciona no seu belo documentário o Engenho do Sítio
Santa Rosa de propriedade de seu saudoso pai, Pedro Gonçalves Vilarinho. Ela
relata que era servido um café com paçoca e que os trabalhadores eram divididos
em grupos: cortadores de cana e cambiteiros que levavam a cana cortada nas
costas de animais. Havia ainda aqueles que exerciam atividades diversas.
A lenha era transportada para aquecer as caldeiras por carros de madeira
puxados por bois.
Velhos cabarés. A cidade de
Amarante viveu por várias décadas num movimentado clima de prostíbulo,
reverenciado em nosso meio como Cabaré e Tabocal. Os ambientes para a prática
sexual ocorriam especialmente à noite com maior movimentação nos finais de
semana. As prostitutas, populares raparigas, eram de várias localidades e os
frequentadores de todas as classes sociais. Existiram três agitados
setores de cabarés na cidade: “Cai N’agua”, à margem do rio Parnaíba, próximo
do Hotel Pousada. Teve vários proprietários. Entre eles, os populares João
Garapeira (falecido) e Raimundinho da Dorica. Lá era promovido o Baile Cor de
Rosa e o Forró Pé de Serra. Na conhecida Rua do Fogo tinha várias casas
do ramo: Os cabarés das populares Marizô, Carmozina (falecida), Chica Preá
(falecida) e Irene Casadinho (falecida) e tantas outras. Havia também muito
forró e muitos bares com músicas bregas e apaixonadas, tocadas em radiolas ou
em vozes de bêbados, acompanhados por um violão. Próximo à Rua do Fogo, na
beira de um grotão, teve o movimentado cabaré “Casa Amarela” de propriedade do
popular Estevão Galinha D´gua (falecido), onde também havia muito forró e o
Baile Amarelo. Tinha ainda o ponto: “As Meninas dos Olhos” do engraçado
Quixaba, localizado no “Sovaco do Cão” à margem do rio Parnaíba. “Inferno
Verde” foi o apelido dado pelo popular Reis Felix, considerado uns dos
maiores frequentadores de cabarés de Amarante, a um animado setor da
prostituição, localizado na Rua São Benedito, perto do Clube Os Quarentões.
Teve vários donos de cabarés, neste setor, como: Cecílio Dias (falecido), as
populares: Chicuta, Ducarmo Tataira, Rita Macambira, Biluca e Helena Preta.
Tinha ainda Nazaré Cambão, a “Rainha da Panelada”. Havia ainda nos prostíbulos
de Amarante outros nomes de bailes, o Branco e o Azul. Vale esclarecer que as
prostitutas eram muito discriminadas: não podiam estudar em colégios,
frequentar igrejas e nem de participar de muitos atos da sociedade. Em várias
ocasiões, muitas mulheres casadas foram atrás de seus maridos nos cabarés.
Existem ainda em nossa cidade, três prostíbulos: “Paraíso do Amor” do popular
Doutor do Cícero Casadinho (bairro Dois Coqueiros), BR 343; Casa de Encontros
da popular Ducarminha, Rua Da Costa e Silva, perto do rio Parnaíba (Cai N´agua)
e o da Chiquinha Sousa, Rua do Fogo.
Conexão. A cidade de Regeneração a 18 km do centro
de Amarante, historicamente conectada à nossa cidade desde o início de sua
povoação. Vale ressaltar que a conceituada Regeneração quando era pequeno
povoado, recebeu outros nomes: São Gonçalo de Amarante, São Gonçalo Velho, e
São Gonçalo de Regeneração. Ela também foi muito chamada de Vila. Ainda hoje,
existem pessoas que pronunciam esse apelido. Para suprir sua necessidade
comercial através de transporte fluvial no rio Parnaíba, a nossa vizinha
Regeneração, fez estabelecer o “Porto”, origem do município de Amarante.
Regeneração passou por um bom tempo, vinculada em nossa municipalidade.
Continua a influência mútua comercial, educacional, cultural, social e política
desses municípios.
Minério
em Amarante -
Segundo o geólogo amarantino João Castor do Nascimento Silveira, há grande
possibilidade da existência de minério na Serra da Arara, município de
Amarante, devido à formação sedimentar da área, principalmente por arenito. A
Petrobrás esteve no local onde perfurou há longos anos, um poço pioneiro. O
resultado constituiu uma ligeira emanação de gás. Esclareceu ainda o geólogo
João Castor que no lugar Canto, neste município, limitando-se com Francisco
Ayres, há uma boa quantidade de GIPSITA (sulfato de cálcio), matéria prima para
obtenção de gesso. Análise já foi feita em laboratório de São Paulo por
intermédio do geólogo João Castor da Silveira.
Mimbó
– trata-se
do nome de uma antiga comunidade da Zona Rural de Amarante, a 20 km do centro
da cidade. Pesquisadores, historiadores e imprensa de várias partes do Brasil,
sempre visitam o povoado para colherem junto aos mais velhos “mimboenses”, a
origem e cultura daquele povo simples e acolhedor. O professor e jornalista
amarantino, Virgílio Queiroz, foi um dos pioneiros a levar o nome “Mimbó”
para o mundo, através de seus valiosos escritos, expressivas palestras e
entrevista aos grandes comunicadores do país. A Cidadã amarantina,
historiadora, poeta e escritora Emília da Paixão Costa (Bizinha), membro forte
de nossa cultura, também há longos anos, fornece dados preciosos sobre aquela
comunidade para várias pessoas, a exemplo da saudosa historiadora amarantina
Nasi Castro. Nestes últimos anos, o povoado é tratado também como Quilombo
Mimbó devido o seu povo ser de origem africana. Idosos da comunidade contam que
tudo começou há mais de cento e cinquenta anos atrás, quando três negros
escravos, os irmãos: Francisco, Laurentino e Pedro e as irmãs: Antonia,
Benedita e Rita, fugiram de uma fazenda da região de Oeiras, na época, Capital do Piauí, para a Zona Rural de Amarante.
Os escravos, temerosos de capturas e grandes castigos de seus donos, se
esconderam num lugar de difícil acesso repleto de grutas e penhascos nas
imediações do riacho Mimbó e rio Canindé. Lá encontraram Antonia, Benedita e
Rita, pertencentes a um grupo de negros que já residiam na localidade, e
constituiram matrimônio. Contam ainda que a família Rabelo da Paixão,
considerada descendente dos escravos fugitivos é precursora do crescimento
populacional e desenvolvimento social da comunidade Mimbó. Muitos anos depois,
as famílias “mimboenses” instalaram residência numa área plana, próxima da
inicial moradia dos escravos fugitivos, onde vivem até hoje. Para os mimboenses
subirem para a parte plana, abandonando as antigas moradas, foi necessário o
convencimento dos professores Cinéia Santos e Virgílio Queiroz que justificaram
a mudança como algo benéfico para os habitantes pois a parte alta fica perto da
BR, facilitando assim o intercâmbio do Mimbó com Amarante e outras cidades.
Além disso, havia o problema de doentes que precisavam de tratamentos médicos e
a subida até a parte alta era muito difícil. O primeiro a subir foi um dos
troncos da comunidade, Pedro Rabelo da Paixão. Nestes últimos anos, formou-se o
assentamento habitacional Mimbó com a maioria de descendentes de escravos,
próximo à antiga moradia e à BR 343.
Amarante,
berço de grandes nomes: Dirceu Mendes Arcoverde, Antonino Freire, Waldir
Arcoverde, Eduardo Neiva, “Da Costa e Silva”; Luís Mendes Ribeiro Gonçalves,
Osvaldo Da Costa e Silva, Dr. Antonio Ribeiro Gonçalves, Taumaturgo Sotero Vaz
(poeta), Odilon Nunes, Cunha e Silva, Clóvis Moura, Carvalho Neto, professor
Antonio Veríssimo de Castro (Tonhá), historiadora Raimunda Nonata de Castro
(Nasi), Coronel Joaquim Vilarinho, Coronel Miguel de Almeida Lira, Geraldo de
Sousa Vilarinho (oficial superior do Exército), Dr. Francisco da Cunha e Silva
Filho, Dr. Francisco Ayres Cavalcante, professor Afrânio Nunes, Homero Castelo
Branco, Dr. Antonio Pereira Lopes, Dra. Eulália Maria Ribeiro Gonçalves do
Nascimento Pinheiro, Coronel Clidenor Lima, Coronel Walker Prado, Coronel Manoel
Mendes de Melo, Major Antonio Soares Ribeiro (Tota), Capitão Deodato Lopes da
Silva, Dr. Eleazar Moura, José Moura Lima,
Dr. Adoniais Carvalho, Dr. José Moacy Leal, João Elias Teixeira e Silva,
Rafael Sousa Fonseca, Sérgio Luís Teixeira e Silva, Dra. Maria Celestina Mendes
da Silva, José Dias Feitosa (Capitão Zeca) e outros famosos. Amarante, por
vários motivos, é apelidada: a Capital da cultura piauiense.
Amarante,
nestes dois últimos anos, contemplado com expressivos projetos, graças à
idealização, criação e execução da competente maranhense Elisete Sousa dos
Santos (Dra. Betty), há mais de dois anos prestando relevantes serviços neste
município. Entre eles, a 1ª FEIRA DE AGRICULTURA FAMILIAR DE AMARANTE,
objetivando criar um espaço para comercialização de produtos agrícolas; CENTRO
DE ARTESANATO AMARANTINO, aberto em 10/12/2011. Atualmente, este elogiável
empreendimento conta com vinte e sete artesãs. Cinco deles formam uma diretoria
administrativa para os anos de 2012 e 2013: Ronaldo Moura, Maria Inês Mendes,
Gregório Carvalho, Augusta Ernesto e Clautenis Silva. Há uma variedade de
produtos, entre eles, cajuínas, cachaças, vinhos, licores, doces, bolos, redes,
roupas, bonecas, chapéus, bonés, bordados, cortinas, tapetes, bandejas, toalhas,
bolsas, almofadas, jarros, quadros.
Título
a Amarante. O sistema Meio Norte de Comunicação, por meio do Meionorte.com,
via rede social, abriu concurso em 2012, através de votos, para eleger os novos
sete locais mais belos de nosso Estado. A riqueza arquitetônica de Amarante e
sua tradição histórica, o fator principal para que nossa cidade recebesse o
título de Sétima Maravilha do Piauí.
REVOLUÇÃO
Inesquecíveis amarantinos contam que Amarante viveu
momentos de terror om a passagem da Coluna Prestes na cidade, no período de 20 a 27 de dezembro de 1925. Foram várias colunas das forças revolucionárias que deixaram
o povo do município assustado. A 1ª Coluna, a do Capitão João Alberto, chegando
à meia noite em nossa cidade. Logo após, os revoltosos arrombaram as portas do
Telégrafo, onde se instalaram. Horas depois, chegaram os grupos chefiados pelo
Coronel Dutra e Capitão Euclides. Em seguida, outras caravanas comandadas pelo
Cel. Juarez Távora e Sr. Bernardino. No
mesmo dia, chegaram também à nossa cidade as colunas do Cel. Carlos Prestes e a
do Sr. Siqueira Campos. As forças revolucionárias arrombaram portas de
comércios e saquearam grande estoque de mercadoria. Os estabelecimentos
comerciais de Abdon Moura e Joaquim de Castro Ribeiro (Quincas Castro), avô
materno da ilustre amarantina Maria Cirene de Castro Sousa, de grande
movimentação e sortimento, foram os mais afetados com os roubos dos revoltosos.
Eles ainda forçaram comerciantes em geral, pagarem uma conta altíssima de
guerra. Dizem que os revoltosos derramaram perfumes em toda a cidade. Houve,
também, invasão residencial, de onde os revoltosos levavam tudo que encontravam
e determinaram o fuzilamento dos
expressivos Senhores de Amarante: Abdon Armindo de Moura, Cel. Luiz Gonçalves
Ribeiro, Major Sátiro de Castro Moreira, Capitão Francisco José de Lima, Miguel
Arcoverde Vieira, Amâncio José Pereira Lopes, Raimundo Gonçalves
Vilarinho, Acilino Neiva, Eugênio
Barbosa, Gerson Ernestino de Sousa, João Ribeiro de Carvalho (João Pinga), José
Maria Gonçalves, Gonçalo Se Antônio Costa. Felizmente ficou só na ameaça. O
saudoso Francisco Felix da Silva testemunhou toda ousadia dos revoltosos com o
povo amarantino, a exemplo do inesquecível Odilo de Sousa Queiroz, pai do
professor e jornalista Virgílio Queiroz, que sabia das ações das forças
revolucionárias em vários lugares do Brasil. A secular Clotildes Ribeiro da
Silva, a popular Coló, residente em Amarante, conta com detalhes as atrocidades
dos revoltosos em nossa cidade.
Encontros
Culturais – Os
Encontros Culturais de Amarante tem a sua origem na criação do Grupo Teatral
Nasi Castro, em 1976. Tendo como o principal idealizador, o professor e
jornalista Vírgílio Queiroz com o apoio de Luís Alberto Soares, Zulmira
Bezerra, Socorro Leal Paixão, Antonio Alves (falecido), Ocirema Ribeiro,
Chuegas Del Manelito (falecido), Pio Vilarinho, Raimundo Alves, entre tantos
outros. Em 1980, praticamente sem o apoio do poder público, o Grupo Teatral
Nasi Castro promoveu a 1ª FEIRA DO POVO DE AMARANTE. Foi algo extraordinário!
Para a realização do evento, os integrantes do referido grupo teatral saíram de
casa em casa pedindo contribuição em alimentos para atender as exigências básicas para a alimentação dos grupos teatrais de
todo o estado piauiense que se
encontrava em nossa cidade. Esse momento pode ser considerado o marco inicial
dos encontros culturais. Foi, nesta época que o Mimbó foi mostrado para o
mundo, através de um artigo publicado pelo Jornal da Manhã, através do saudoso
jornalista Paulo de Tarso Moraes, com a participação de Orlando Portela,
Luiz Brandão e Virgílio Queiroz (todos,
atualmente jornalistas). Devido o sucesso da 1ª FEIRA DO POVO DE
AMARANTE, Virgílio Queiróz foi procurado pelo emérito professor Noé Mendes –
grande amante da cultura popular piauiense que, ao lado de figuras brilhantes,
como da professora Verônica Ribeiro, propôs um projeto ousado – a criação do 1º
Encontro Cultural de Amarante. Tudo certo. A festa foi grandiosa! Um projeto
gigantesco que envolveu a Universidade Federal do Piauí, a Fundação Cultural do
Piauí, o Governo do Estado, o Ministério da Educação e, praticamente todas as
cidades da região do Médio Parnaíba. Foi a maior festa cultural do Piauí, na
época. Para se ter uma ideia: todas as hospedarias de Amarante ficaram lotadas,
sem contar as pessoas que ficaram lotadas na União Artística Operária
Amarantina, Ginásio Da Costa e Silva e Casas residenciais. Em 1981, a
Prefeitura Municipal de Amarante, governo de Emília da Paixão Costa (Bizinha),
promoveu a 1ª Semana Cultural de Amarante, realizada com sucesso na Praça Padre
Virgílio. Em 2009, 2011 e 2013, a Prefeitura Municipal de Amarante (governo de
Luiz Neto), através da Secretária de Cultura e Turismo, promoveu na Avenida
Desembargador Amaral, o XV, XVI e XVII ENCONTROS CULTURAIS.
LIVRO: AMARANTE,
PERSONALIDADES E FATOS MARCANTES
AUTOR: Luís Alberto Soares (BEBETO)